domingo, 29 de julho de 2007

Volta às aulas

Voltam os amigos, os alunos, os papos no bosque da faculdade. Os trabalhos bacanas, as entrevistas, as discussões filosóficas. O chocolate quente do café do Delta, as conversas de corredor, a zoeira na sala de aula.

Mas voltam também as provas, os professores chatos e pessoas malas. As toneladas de lições de casa para corrigir, as aulas para preparar. A correria, o estresse, a cobrança, a gastrite.

Na real, eu não poderia viver sem nada disso.

domingo, 15 de julho de 2007

Anima Mundi 2007


Sexta-feira à tarde e, para não ficar no tédio, nada melhor do que bastantes animações. Já que estou trabalhando de manhã, aproveitei para ir ao Anima Mundi 2007 (www.animamundi.com.br) durante a semana mesmo. Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. As filas estavam rápidas e dava pra circular pelo local sem tomar um chute na canela ou uma cotovelada na barriga.

Faz exatos 5 anos que freqüento o Anima Mundi, e há 3 o evento é realizado no Memorial da América Latina. Eu não gosto muito da idéia, já que acho essa construção do Niemeyer em particular bem feia e desconfortável, mas as salas de lá são bem grandes, adeqüadas para as proporções que o festival tomou.

Nesta edição, parece que finalmente os organizadores usaram a cabeça e colocaram a bilheteria fora do espaço físico de evento. Ficou uma maravilha, nada de tumulto no corredor de entrada ou na praça de alimentação. Já era tempo, não? Enfim, mas chega de ficar falando de exteriores e interiores, isso é papo pra arquiteto, coisa que eu não sou.

Assisti a 3 sessões: curtas 5, curtas 3 e curtas 14. Destas, a que eu menos gostei foi a primeira e a que eu mais gostei foi a segunda.

Ainda que tenha sido uma sessão sacal, curtas 5 foi salva pelas 3 últimas animações: “Celestina”, uma animação israelense tem como pano de fundo o Nordeste brasileiro (http://br.youtube.com/watch?v=K1wo9DHpWOQ) ; “The Act”, um curta americano de 9 minutos sobre as trapalhadas de um limpador de vidros; e “Prey”, de Tom Kyzivat, sobre uma cativante (e surpreendente) criaturazinha que come grama (http://br.youtube.com/watch?v=vd0Df08bYtk). “Celestina” certamente foi a animação que mais me tocou. Chamaram a atenção a técnica, o visual, de forma geral, e a trilha sonora (“O amor aqui de casa” de Gilberto Gil.)

Curtas 3 foi uma sessão imperdível. Não dei menos de 4 pra nenhuma animação. Destaque para “Haunted Hogmanay”, (http://br.youtube.com/watch?v=avipOP98Nio)
do britânico Neil Jack, um curta-quase-longa de 29 minutos sobre um caça-fantasmas e um conhecido dele que resolvem explorar uma rua mal-assombrada que fica sob o bairro de Edinburgh.

A última sessão, curtas 14, teve altos e baixos, mais altos que baixos, é verdade. Deu pra dar boas risadas. Gostei bastante “Making of”, animação francesa que conta a história do Dragão Mo no mundo cruel da fama.

Links para outras animações bacanas do festival:

sexta-feira, 6 de julho de 2007

As últimas caixas de leite dos últimos tempos da última semana

Logo que chegou ao hipermercado, notou uma movimentação fora do normal para o horário. Era uma sexta-feira, 10 horas da noite, e o estacionamento estava bem cheio. Enquanto procurava uma vaga, a mãe dela, que estava no banco do passageiro, repetia mais uma vez o que disse durante o caminho todo:

- Tá vendo? Eu disse para você vir aqui de manhã, mas você não me ouve.

Fato é que nesse dia ela acordou extremamente tarde e um tanto preguiçosa. Passou a manhã inteira pendurada na frente da TV e não se sentia disposta a se trocar para comprar as malditas caixas de leite que estavam em promoção. Não se importava de pagar 30 centavos a mais por cada uma e ter uma manhã típica de quem está de férias. Ela poderia ir comprar o leite à noite, depois do trabalho, sem o menor problema. E foi o que fez.

Estacionou o carro e desceram. Pegaram um carrinho e subiram. No fim da rampa rolante, logo na entrada do mercado, a resposta para todo aquele movimento: “Queima de estoque. Somente neste fim de semana”, dizia uma placa.

No caminho para a seção de leite, pessoas carregando televisores, computadores e, obviamente, caixas e mais caixas de leite. Tudo estava em promoção. De eletroeletrônicos a vasos de flores. Desejou ser milhoranária para se deixar seduzir por todas aquelas ofertas tentadoras. CDs, edredons coloridos, vestidos, meias. Queria tudo! Quando finalmente chegaram ao corredor do leite, a decepção: as caixas em promoção haviam acabado. E mais uma vez sua mãe falou:

- Tá vendo? Eu disse para você vir aqui de manhã, mas você não me ouve.

Um pouco mais à frente, uma fila. Uma fila enorme, maior do que as filas que encontramos no cinema nos sábados à noite. Era a fila para pegar as caixas de leite. Mais um caminhão de leite havia chegado e eles estavam liberando as caixas aos poucos. Cada cliente tinha direito a apenas uma. Pensando melhor, a mãe tinha razão. Que droga! Ela deveria ter ido lá de manhã, mas ela não ouviu a mãe dela.

As pessoas estavam exaltadas. Algumas saíam em disparada para pegar um lugar na fila. Outras se aglomeravam na porta do estoque para brigar com os funcionários do hipermercado. O clima era estranho. Parecia que o país estava em guerra ou que aquelas eram as últimas de leite da galáxia. Virou para a sua mãe e disse:

- Parece que todas as vacas do mundo pegaram a doença da vaca louca e não vai ter mais leite.

- É verdade, filha. Parece o fim do mundo.

Aguardaram na fila por uns vinte minutos ou um pouco mais. Por fim, conseguiram duas caixas. Agora era só pagar e ir embora. Queria sair daquela confusão, só não achava que as filas do caixa estariam tão grandes quanto a fila do leite...

domingo, 1 de julho de 2007

Vinho e Soul


Quando ouvi Back To Black da Amy Winehouse pela primeira vez, imaginei que a dona daquela voz poderosa fosse uma negra bem mais velha nos moldes de Billie Holiday. Qual não foi a surpresa quando descobri que se tratava de uma inglesa de 23 anos, magricela, branca, judia, tatuada e feia. Ora, pode-se dizer qualquer coisa da Amy, menos que ela é bonita. Mas o que é a beleza física perto de tão sedutora voz? Amy pega qualquer um pelos ouvidos

Hoje a MTV Brasil transmitiu um pocket-show da Amy – "45th at night: Amy Winehouse" ou algo assim. Infelizmente perdi o primeiro bloco do programa, mas liguei a TV a tempo de pegar o finalzinho de “Wake Up Alone” e um dos primeiros comentários dela durante a perfomance: “Desculpe gente, mas hoje eu estou estragada”.

Conhecida também pelos seus porres homéricos (o primeiro single de Back To Black, Rehab, diz tudo), a inglesa, que traz álcool no sobrenome, já chegou a perder até um dente por causa de uma queda decorrente do excesso de bebida.

Confesso que chego a ficar constrangida por ela. Amy parecia bem desorientada no palco durante o show. E no fim da perfomance, saiu repentinamente sem nem mesmo esperar os aplausos do público que estava no programa. Pela a reação da platéia, alguns acharam essa atitude um pouco ofensiva. Eu dei risada.

Amy Winehouse é assim mesmo: irreverente e atrevida. E ela transmite tudo isso na sua música. Escancara sua vida, fala dos seus problemas com o álcool e drogas, das suas traições e decepções amorosas, sem se importar com o que os outros vão pensar. E foi justamente essa irreverência que me atraiu nas canções dela, além do funky jazz contagiante. Vocês podem pensar o que quiserem dessa bebum depravada, mas ninguém pode negar que Amy é, acima de tudo, verdadeira.

Foto: www.musicpassport.org

Pela vigésima vez...

Estou começando um blog novo. Na verdade, eu queria ressuscitar um dos meus antigos, mas minha memória nada tão fraca que eu não lembro nem dos endereços dos blogs, nem dos logins, nem das senhas. Pois é, a idade chega, a memória vai. Isso porque tenho apenas 20 anos, imagine quando tiver o triplo. Vou virar uma velha caquética, desmemoriada e rabugenta. Desmemoriada e rabugenta eu já sou...dessa lista só falta o "caquética".

Enfim, espero ver coisas interessantes para ter o que contar. Ah sim! Lógico! Sem não esquecer de levar o bloquinho de anotações no bolso para não acabar esquecendo das próprias idéias.